Análise revela 2.974 focos de incêndio em 740 lixões no Brasil, emitindo 6 milhões de toneladas de gases de efeito estufa anualmente, enquanto a COP30 se aproxima e a situação persiste sem controle.
No bairro Jardim dos Ipês, em Valparaíso de Goiás, a fumaça se eleva do chão, enquanto funcionários da prefeitura tentam, sem sucesso, apagar um incêndio que surge entre os resíduos. A dona de casa Naiara Souza Cardoso relata que seus filhos enfrentaram problemas respiratórios devido à fumaça que invade sua casa. Essa situação não é isolada; uma análise recente revelou 2.974 alertas de fogo em 740 lixões em todo o Brasil nos últimos dez anos, resultando na emissão de seis milhões de toneladas de gases de efeito estufa anualmente.
O impacto ambiental é alarmante, comparável às emissões anuais de uma cidade como Campinas, com mais de um milhão de habitantes. O Brasil se prepara para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em menos de cem dias, enquanto muitos lixões continuam a queimar a céu aberto. Um dos casos mais preocupantes está em Curuçá, no Pará, onde um lixão próximo à sede da COP30 ocupa nove hectares e abriga 41 mil habitantes.
A gestão dos lixões é uma questão complexa e, apesar de serem proibidos por lei desde 2010, muitos ainda operam de forma irregular. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que mais de 1.700 municípios reconhecem a existência de lixões, enquanto a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) sugere que o número pode chegar a três mil. A falta de dados atualizados e sistematizados dificulta a fiscalização e a gestão adequada dos resíduos.
A pesquisa do GLOBO, que utilizou inteligência artificial e imagens de satélite, identificou 740 depósitos irregulares que sofreram queimadas. Essa é a maior amostra de lixões catalogada até o momento, revelando uma realidade que muitos desconhecem. Especialistas afirmam que a situação pode ser ainda mais grave do que os dados indicam, destacando a necessidade de um controle mais rigoroso e de soluções sustentáveis.
As queimadas em lixões liberam gases e partículas que contribuem para a poluição do ar e o aquecimento global. O cientista climático Carlos Nobre alerta que a incineração de plásticos a céu aberto é uma das principais fontes de poluição. A sazonalidade das queimadas, que ocorre principalmente entre maio e outubro, agrava a situação, pois inclui a queima de materiais altamente tóxicos.
Com a falta de controle e a persistência dos lixões, a sociedade civil deve se mobilizar para buscar soluções. Projetos que visem a recuperação e a gestão adequada dos resíduos são essenciais. A união da comunidade pode fazer a diferença na luta contra a poluição e na promoção de um ambiente mais saudável para todos.
Investigação revela que projetos de compensação de carbono na Amazônia beneficiam indivíduos e empresas multados por desmatamento ilegal, levantando sérias preocupações sobre a integridade do mercado. A análise da Reuters destaca que 24 dos 36 projetos examinados envolvem participantes com histórico de infrações ambientais, comprometendo a eficácia das iniciativas de preservação.
Um novo satélite da Agência Espacial Europeia (ESA) foi lançado para mapear florestas, incluindo a Amazônia, com tecnologia inovadora para medir carbono armazenado. A missão visa gerar mapas 3D em seis meses, ajudando a entender o impacto do desmatamento no clima.
A temporada de observação de baleias-jubarte em Ilhéus, Bahia, atrai turistas com uma taxa de sucesso de 95% em avistamentos. Passeios guiados por biólogos promovem a conservação ambiental e doações significativas.
Um estudo paulista revela que a recuperação de vegetação nativa pode aumentar o PIB agropecuário em até R$ 4,2 bilhões anuais, destacando a importância da polinização para a agricultura. Pesquisadores mapearam áreas agrícolas e fragmentos de vegetação, evidenciando que a restauração de ecossistemas pode beneficiar a produtividade de cultivos como soja, laranja e café. As recomendações já foram integradas ao Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática.
Cientista Hugh Montgomery alerta sobre risco de extinção em massa devido às mudanças climáticas, com aumento de até 2,7 °C até 2100, afetando gravemente a biodiversidade e a saúde humana.
A Operação de Desintrusão da Terra Indígena Kayapó resultou na inutilização de 1.384 alvos de garimpo ilegal, com prejuízo de R$ 97,3 milhões e recuperação ambiental dos rios da região. Com a participação de mais de 20 órgãos federais, a ação reafirma o compromisso do Governo Federal com a proteção dos povos indígenas e a preservação da Amazônia, após determinação do Supremo Tribunal Federal.