Jarbas Barbosa, diretor da OPAS, enfatizou a urgência de priorizar a saúde nas políticas climáticas e garantir financiamento antes da COP30, diante do aumento de doenças e desastres naturais nas Américas.
O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, solicitou que os países priorizem a saúde nas políticas climáticas e assegurem o financiamento necessário antes da Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). Durante a abertura da Conferência Global sobre Clima e Saúde de 2025, realizada em Brasília, Barbosa destacou o aumento de doenças relacionadas ao clima e a ocorrência de eventos climáticos extremos nas Américas.
Barbosa alertou que as populações vulneráveis são as mais afetadas pelos impactos climáticos, apesar de serem as menos responsáveis por eles. Ele mencionou que 2024 foi o ano mais quente registrado na região desde 1900, com ondas de calor sendo a ameaça climática mais mortal. Além disso, incêndios florestais e inundações afetaram milhões de pessoas em diversos países, enquanto surtos de doenças como dengue atingiram números alarmantes.
O diretor elogiou o Plano de Ação de Saúde de Belém, que visa integrar a saúde nas políticas climáticas, priorizando a equidade e a participação social. Esse plano está alinhado com a política da OPAS, que busca fortalecer a atuação do setor de saúde em relação às mudanças climáticas, promovendo serviços de saúde resilientes e acessíveis a todos.
Barbosa também enfatizou a importância do financiamento climático, afirmando que investimentos eficazes requerem análises sólidas e planos de desenvolvimento concretos. A OPAS está apoiando os países na elaboração de estudos de viabilidade para investimentos que visem reduzir as emissões do setor de saúde e melhorar a infraestrutura.
Além disso, a OPAS e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão comprometidas em reduzir as mortes causadas pela poluição do ar, que representa uma significativa parcela das mortes por doenças crônicas não transmissíveis nas Américas. Compromissos regionais foram firmados para reduzir essas mortes em cinquenta por cento até 2040.
A Conferência Global sobre Clima e Saúde de 2025, que se estende até 31 de julho, reúne representantes de governos e organizações para apoiar o desenvolvimento do Plano de Ação de Belém. Em tempos de crise climática, a união da sociedade civil pode ser fundamental para ajudar aqueles que mais sofrem com os impactos das mudanças climáticas e promover iniciativas que visem a saúde e o bem-estar de todos.
A campanha Manual de Adaptação do Brasil, com a participação de 38 organizações, utiliza arte para conscientizar sobre a crise climática e promover soluções antes da COP 30 em Belém. A iniciativa inclui murais e intervenções artísticas, destacando a importância da biodiversidade e dos direitos territoriais.
Organizações ambientais e populações tradicionais pedem veto ao Projeto de Lei 2159/21, que facilita o licenciamento ambiental e ameaça biomas brasileiros. Mobilizações em Brasília refletem a preocupação com retrocessos.
O Complexo Pequeno Príncipe, em Curitiba, é o primeiro hospital brasileiro a adquirir créditos de biodiversidade, investindo US$ 15 mil em ações de conservação ambiental. A iniciativa marca um avanço significativo na integração entre saúde e sustentabilidade.
Estudo do Núcleo Ciência Pela Infância revela que crianças brasileiras enfrentarão aumento de eventos climáticos extremos, com 37,4% em insegurança alimentar, exigindo um modelo de cuidado integral.
O Ministério Público Federal (MPF) no Pará pediu a anulação de um contrato de R$ 1 bilhão para a venda de créditos de carbono, alegando irregularidades e falta de consulta a comunidades tradicionais. O governo do Pará, sob Helder Barbalho, enfrenta ação judicial por vender créditos sem consulta adequada, podendo resultar em R$ 200 milhões em danos morais coletivos. A COP30 em Belém intensifica a pressão sobre comunidades locais.
Mulheres da Bahia, lideradas por Florisdete Santos, revitalizam o cultivo da araruta, promovendo saúde e renda em meio à crise climática, resgatando saberes tradicionais e fortalecendo a agricultura familiar.