A Justiça Federal rejeitou o pedido do Ministério Público Federal do Amapá para suspender o simulado de perfuração da Petrobras na Foz do Amazonas, mas exigiu a presença da Funai nas comunicações com comunidades indígenas.
A Justiça Federal rejeitou o pedido do Ministério Público Federal do Amapá para suspender o simulado de perfuração de poço para exploração de petróleo no bloco 59 da bacia da Foz do Amazonas, que representa a primeira iniciativa da Petrobras em águas profundas na região. O juiz federal substituto Athos Alexandre Câmara Attiê afirmou que o simulado é uma etapa de verificação e não uma licença operacional definitiva, sendo uma ferramenta para testar planos de mitigação ambiental.
No pedido de liminar, o Ministério Público Federal argumentou que a atividade ocorreria sem estudos adequados sobre os riscos ambientais e impactos nas comunidades tradicionais. O órgão alegou que a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) violou normas nacionais e internacionais, desconsiderando pareceres técnicos que apontavam falhas no licenciamento ambiental.
O juiz Attiê reconheceu a divergência, mas destacou que isso não configura ilegalidade, desde que a decisão final seja fundamentada. Ele acatou parte do pedido do Ministério Público ao determinar que a comunicação da Petrobras e do Ibama com as comunidades indígenas deve ocorrer com a presença da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), ressaltando a importância de um processo jurídico qualificado para a consulta a essas comunidades.
A Petrobras planeja realizar o simulado na próxima semana, embora a data ainda não tenha sido oficialmente agendada. Técnicos do Ibama estão atualmente vistoriando as embarcações e instalações que serão utilizadas no exercício. A estatal defende que as medidas propostas no licenciamento ambiental são adequadas e suficientes para garantir a segurança das atividades.
Em nota, a Petrobras afirmou que ainda não foi intimada sobre a ação civil pública e reiterou seu compromisso com o desenvolvimento da margem equatorial, além de se mostrar disposta ao diálogo para resolver divergências sobre o tema. A empresa destacou que todos os estudos e exigências solicitadas pelo Ibama estão sendo atendidos.
Essa situação evidencia a necessidade de um debate mais amplo sobre os impactos da exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas. A mobilização da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que busquem proteger o meio ambiente e as comunidades afetadas. A união em torno de causas ambientais pode fazer a diferença na preservação de ecossistemas vulneráveis.
A Câmara dos Deputados afrouxou regras de licenciamento ambiental, gerando protestos. Apesar da redução do desmatamento, a degradação florestal aumentou mais que o dobro, com fogo como principal responsável.
Em 2024, o Brasil enfrentou o maior número de queimadas em 17 anos, com incêndios responsáveis por 66% da perda florestal, superando o agronegócio. A Amazônia e o Pantanal foram os mais afetados.
O BNDES destinou até R$ 150 milhões do Fundo Amazônia para o projeto Manejo Integrado do Fogo, focando na prevenção e combate a incêndios no Cerrado e Pantanal, expandindo sua atuação além da Amazônia.
Estudo inédito revela que interações de frugivoria na Amazônia permanecem simplificadas após 20 anos de queimadas, resultando em perda de espécies e empobrecimento funcional das florestas. A pesquisa, liderada pela bióloga Liana Chesini Rossi, destaca a importância das relações ecológicas para a regeneração do bioma.
José Eli da Veiga, professor da USP, propõe um modelo de "crescer decrescendo" e critica a ineficácia das COPs, sugerindo negociações diretas entre grandes emissores como solução mais eficaz.
A terceira Conferência da ONU sobre os Oceanos (UNOC3) em Nice resultou em 19 novas ratificações do Tratado do Alto-Mar, totalizando 50 países, mas não avançou em mineração em águas profundas. Apesar do progresso na proteção dos oceanos, a falta de ações concretas em temas críticos gerou frustração entre ambientalistas. A expectativa é que a COP30, em novembro, aborde essas questões.