Impacto Social

Literatura como resgate: Verenilde Pereira e Astrid Roemer discutem pertencimento e opressão na Flip 2025

Durante a Flip 2025, a mesa "Pertencer, transformar" reuniu Verenilde Pereira e Astrid Roemer para discutir literatura, pertencimento e opressão, destacando a violência contra mulheres indígenas. As autoras refletiram sobre a função da literatura em resgatar vozes silenciadas e questionaram a opressão patriarcal em suas obras.

Atualizado em
August 2, 2025
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Verenilde Pereira e Astrid Roemer na Flip 2025 — Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

Durante a Flip 2025, a Festa Literária Internacional de Paraty, a mesa "Pertencer, transformar" reuniu a autora Verenilde Pereira, do Amazonas, e Astrid Roemer, do Suriname, para discutir a intersecção entre literatura, pertencimento e opressão. A conversa, mediada pela jornalista Adriana Ferreira da Silva, abordou temas como feminismo e a violência contra mulheres indígenas, destacando a importância da literatura como um meio de resgate de vozes silenciadas.

Verenilde Pereira, autora de "Um rio sem fim", publicado originalmente em mil novecentos e noventa e oito, enfatizou que a literatura serve para contar histórias que muitas vezes são escondidas. Ela afirmou: "A literatura pode, quando quer, fazer isso: resgate". A obra retrata a vida de duas meninas indígenas que são retiradas de suas aldeias e forçadas a trabalhar em Manaus, refletindo a opressão e a perda de identidade cultural.

A autora também fez uma conexão com a realidade atual, mencionando um caso recente de uma mulher indígena da etnia Kokama que denunciou ter sido estuprada por policiais. "Para certos grupos pertencerem, outros têm que ser subtraídos", destacou, ressaltando a brutalidade da violência que muitas mulheres enfrentam.

Astrid Roemer, por sua vez, trouxe à tona sua obra "Sobre a loucura de uma mulher", publicada em mil novecentos e oitenta e dois. A narrativa gira em torno de Noenka, que se vê obrigada a desfazer um casamento violento. Roemer questionou a construção social da loucura, afirmando que "homens com uma família boa têm um problema no trabalho e matam todo mundo. Quem é louco?"

A autora também refletiu sobre a linguagem e o racismo presente no idioma holandês, que ela utiliza em sua escrita. "Limpei o idioma e depois o usei", disse, destacando a importância de ressignificar a linguagem como uma forma de resistência. Sua obra foi celebrada no feminismo europeu por desafiar o patriarcado.

As discussões na mesa "Pertencer, transformar" evidenciam a necessidade de dar voz a grupos marginalizados e a urgência de abordar questões de opressão e identidade. Projetos que promovem a literatura e a cultura podem ser fundamentais para apoiar essas vozes e transformar realidades. A união da sociedade civil pode fazer a diferença na luta por justiça e igualdade.

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