Meio Ambiente

Lixão fluvial na Amazônia gera crise ambiental e diplomática entre Brasil, Colômbia e Peru

A poluição no Rio Javarizinho, decorrente do descarte de resíduos em Islândia, mobiliza a Defensoria Pública do Amazonas em busca de cooperação federal e parceria com o Peru para solução do problema.

Atualizado em
June 24, 2025
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Conteúdo descartado vai de plástico a restos orgânicos e fica represado por redes de pesca e troncos — Foto: Alexandro Pereira/Rede Amazônica

Um grave problema de poluição no Rio Javarizinho, na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, tem gerado preocupações nas comunidades locais. O descarte inadequado de resíduos no vilarejo peruano de Islândia levou a Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) a solicitar maior envolvimento do governo federal para enfrentar essa crise. A situação é alarmante, com a contaminação das águas do rio afetando a saúde de animais e humanos, incluindo povos indígenas.

A DPE-AM enviou ofícios aos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do Meio Ambiente, Marina Silva, além de um documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os ofícios destacam que o lixão a céu aberto na área peruana está poluindo o Rio Javari, colocando em risco a saúde da população de Benjamin Constant, município brasileiro vizinho a Islândia, que abriga cerca de 45 mil habitantes.

O defensor público Rafael Barbosa enfatizou que a complexidade do problema, envolvendo duas nações e bens federais, dificulta a busca por soluções. Ele ressaltou que a questão persiste há décadas, enquanto a saúde da fauna, flora e das comunidades locais continua a se deteriorar. A COP30, que ocorrerá em novembro em Belém, no Pará, é uma oportunidade para discutir essa crise ambiental.

A prefeitura de Benjamin Constant informou que o lixão existe há aproximadamente 20 anos, mas não possui capacidade para receber resíduos de Islândia. O acesso ao lixão é feito apenas por barco, e os resíduos acumulados incluem plásticos e restos orgânicos, que ficam presos em redes de pesca e troncos.

O coordenador do Grupo de Articulação e Atuação Estratégica para Acesso à Justiça dos Grupos Vulneráveis e Vulnerabilizados (Gaegruv), Maurilio Casas Maia, afirmou que a Defensoria tomou conhecimento da situação após a cobertura da imprensa. Ele destacou a necessidade de uma ação decisiva das autoridades para resolver um problema que afeta a população há muitos anos.

O defensor Renan Nóbrega de Queiroz alertou sobre os riscos ambientais e sanitários que a população enfrenta, como a contaminação do abastecimento de água e da cadeia alimentar. Ele defendeu a importância de uma parceria com o Peru para a destinação adequada dos resíduos. A união de esforços pode ser crucial para mitigar os impactos dessa crise e ajudar as comunidades afetadas a se recuperarem e se fortalecerem.

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