Sebastião Salgado, em quarentena, reflete sobre a relação do homem com a natureza e planeja uma exposição sobre a Amazônia, destacando a urgência da preservação ambiental e mudanças sociais. A mostra, prevista para abril de 2021, reunirá imagens e testemunhos de comunidades indígenas, promovendo uma nova consciência sobre a importância do meio ambiente.
O fotógrafo Sebastião Salgado, conhecido por suas obras que retratam tragédias humanas e a beleza da natureza, encontra-se em quarentena em seu apartamento em Paris, refletindo sobre a relação do homem com a natureza. Durante a pandemia de COVID-19, ele edita imagens de seu projeto sobre a Amazônia, que será tema de uma grande exposição prevista para abril de 2021. Salgado acredita que a crise atual pode provocar uma mudança nos valores sociais, enfatizando a necessidade de solidariedade e preocupação com o futuro da humanidade.
Com uma sensação de "vazio na alma", Salgado destaca que a pandemia expõe os limites da relação do ser humano com a natureza. Ele observa que, em momentos de catástrofe, surgem solidariedades e preocupações genuínas. O fotógrafo, que vive com sua esposa Lélia, que possui uma condição respiratória, expressa o medo que sente em relação ao vírus e a incerteza que permeia a vida durante a crise sanitária.
O artista menciona que a pandemia pode ser um ponto de inflexão, levando a uma maior valorização do essencial e da proteção ambiental. Ele critica a superficialidade da sociedade contemporânea, que prioriza o consumo excessivo e a rentabilidade em detrimento do bem-estar social. Salgado defende que a economia deve ser reorientada para o bem-estar da população e não apenas para o lucro de um pequeno grupo.
Além disso, ele aponta que a destruição da Floresta Amazônica pode resultar em uma catástrofe planetária. Salgado critica a exploração desenfreada promovida pelo agronegócio e a falta de responsabilidade do governo em relação à preservação ambiental. Ele destaca que a Amazônia abriga uma biodiversidade única e que sua destruição é irreversível.
A exposição "Amazônia", que contará com fotografias, testemunhos de líderes indígenas e uma experiência musical, busca mostrar a beleza da floresta e a necessidade de sua preservação. Salgado enfatiza que o evento não abordará a destruição, mas sim a Amazônia que deve ser protegida. A exposição será simultaneamente inaugurada em Paris, Rio de Janeiro, São Paulo e Roma.
Em tempos de crise, é fundamental unir esforços para promover a preservação ambiental e a valorização da vida. Projetos que visam apoiar a Amazônia e suas comunidades podem ser uma forma de contribuir para um futuro mais sustentável e justo. A união da sociedade civil é essencial para enfrentar os desafios atuais e garantir um planeta saudável para as próximas gerações.
Cientistas da Universidade de Brasília (UnB), sob a liderança de Renato Borges, desenvolvem o Projeto Perception, que visa escanear a Amazônia e o Cerrado para monitoramento climático. A iniciativa, com lançamento previsto para 2024, promete fornecer dados em tempo real sobre variações climáticas e degradação do solo, contribuindo para políticas de preservação e manejo sustentável. O projeto, que se baseia em experiências da missão AlfaCrux, conta com parcerias e financiamento de R$ 1,5 milhão da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF).
Thelma Krug, vice-presidente do IPCC, alerta sobre a fragilidade do Acordo de Paris e os desafios da COP30 no Brasil, destacando a urgência da justiça climática e a preservação das florestas tropicais. A cientista enfatiza a necessidade de um plano estratégico para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, que afetam diretamente o Brasil.
Novo relatório da ONU revela que a seca extrema na Amazônia entre 2023 e 2024 é uma das mais severas já registradas, impactando ecossistemas e comunidades ribeirinhas, além de afetar o comércio global. A estiagem causou a morte de animais e comprometeu o abastecimento de água, evidenciando a urgência de ação diante das mudanças climáticas.
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2.159/2021, que estabelece um novo marco legal para o licenciamento ambiental, gerando polêmica sobre seus impactos na proteção ambiental. O projeto, apoiado pela bancada ruralista, permite licenças simplificadas e isenções para diversas atividades, mas enfrenta críticas de especialistas e do Ministério do Meio Ambiente, que alertam para riscos à fiscalização e à segurança ambiental.
Em maio de 2025, a Operação de Fiscalização do Transporte Aquaviário de Produtos Perigosos foi realizada no Acre, resultando em infrações e orientações à comunidade sobre segurança ambiental. Agentes do Ibama e órgãos estaduais abordaram embarcações, destacando a importância da regularização e prevenção de riscos.
Musuk Nolte, fotógrafo peruano-mexicano, é finalista do World Press Photo 2025 com a série "Secas na Amazônia", que retrata os impactos das mudanças climáticas. A exposição está na CAIXA Cultural Rio de Janeiro até 20 de julho.