Thelma Krug, vice-presidente do IPCC, alerta sobre a fragilidade do Acordo de Paris e os desafios da COP30 no Brasil, destacando a urgência da justiça climática e a preservação das florestas tropicais. A cientista enfatiza a necessidade de um plano estratégico para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, que afetam diretamente o Brasil.
Durante oito anos, a matemática Thelma Krug atuou como vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), uma das posições mais visíveis na ciência global. Embora tenha perdido a eleição para a presidência do IPCC em 2021, Krug continua a ser uma referência respeitada na área. Ela será uma das presenças marcantes na Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém do Pará, a primeira edição realizada na Amazônia.
Em recente entrevista, Krug destacou a fragilidade do Acordo de Paris e os desafios que a COP30 enfrentará, especialmente em um contexto de crescente tensão bélica global. Ela enfatizou a importância de manter as diretrizes do Acordo, que já apresentava sinais de enfraquecimento antes da saída dos Estados Unidos. A cientista alertou que a falta de metas quantitativas claras para a redução de emissões pode comprometer os esforços para limitar o aumento da temperatura global.
Krug também abordou os impactos das mudanças climáticas no Brasil, ressaltando que o país será um dos mais afetados. Ela mencionou que as projeções indicam um aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como secas e tempestades. A diferença entre limitar o aquecimento a 1,5º C ou 2º C é significativa, com riscos muito maiores para os ecossistemas e a população.
Sobre a relação entre conflitos bélicos e a crise climática, Krug afirmou que o mundo enfrenta duas guerras: uma bélica e outra climática. Ela criticou a priorização de investimentos em defesa em detrimento de ações para mitigar as mudanças climáticas, destacando que a crise ambiental não pode ser combatida com armamentos. A cientista também mencionou que a pandemia de covid-19 prejudicou os investimentos em ações climáticas, dificultando o financiamento para países em desenvolvimento.
Krug expressou preocupações sobre a exploração de petróleo na Amazônia, reconhecendo um conflito pessoal entre a necessidade de descarbonização e a busca por desenvolvimento econômico na região. Ela defendeu a necessidade de um planejamento estratégico que considere os impactos ambientais e sociais, ressaltando que a exploração deve ser feita de forma sustentável e responsável.
Por fim, a proposta do governo brasileiro de lançar um fundo de até R$ 50 bilhões para a preservação das florestas tropicais foi recebida com cautela por Krug. Ela enfatizou a importância de um plano estratégico que permita a exploração sustentável das florestas, garantindo que os recursos sejam utilizados de forma eficaz. A preservação das florestas é crucial não apenas para o clima, mas também para a segurança hídrica e o desenvolvimento econômico do Brasil. A união em torno de iniciativas que promovam a proteção ambiental pode fazer a diferença para as comunidades afetadas.
Indígenas de várias partes do mundo se uniram em Brasília para o Acampamento Terra Livre, visando fortalecer sua voz na COP 30 e se opor à exploração de combustíveis fósseis.
Cemaden lança questionário para avaliar a preparação de municípios para desastres climáticos. A iniciativa visa fortalecer a resposta a eventos extremos, como chuvas e secas, com prazo até 1º de julho.
A Hydro, produtora de alumínio norueguesa, abandonará o uso de barragens de rejeitos no Brasil, implementando um novo modelo que seca resíduos em reservatórios horizontais e promove reflorestamento nas áreas mineradas.
A safra 2025/26 de cana-de-açúcar em Minas Gerais deve totalizar 77,2 milhões de toneladas, uma queda de 7,1% em relação ao ano anterior, devido a problemas climáticos. A maior parte da produção será destinada ao açúcar, com 52,4% do total.
Cientistas alertam sobre a urgência da conservação da Amazônia na Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências, enfatizando a integração de saúde, cultura e ciência para enfrentar desafios ambientais e sociais.
O Brasil se destaca como líder em sustentabilidade ao se preparar para a COP30, com foco em implementar compromissos climáticos e engajar diversos setores. Autoridades ressaltam a importância do financiamento climático e da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos.