Impacto Social

Luz para Todos falha em conectar comunidades amazônicas e gera insatisfação entre moradores indígenas

O programa Luz para Todos falhou em 2024, conectando apenas 18,4% das unidades previstas, com problemas de qualidade nas instalações, especialmente na Terra Indígena Wawi. O Ministério de Minas e Energia reconheceu as falhas e notificou a concessionária Energisa.

Atualizado em
April 29, 2025
Clock Icon
4
min
Comunidade isolada no Amazonas; Estado teve um dos piores desempenhos do Luz Para Todos em 2024 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O programa Luz para Todos, uma iniciativa do governo para levar energia limpa a comunidades isoladas da Amazônia Legal, não conseguiu cumprir suas metas em 2024. Com a expectativa de conectar 29,7 mil unidades consumidoras, apenas 18,4% desse total foi alcançado, conforme levantamento do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec). O programa, que visa a universalização do acesso à energia, enfrenta desafios significativos, especialmente em áreas como a Terra Indígena Wawi.

As instalações de energia nas vilas isoladas são predominantemente baseadas em sistemas solares, que substituem a geração a diesel, promovendo o uso de energia limpa. No entanto, a pesquisa do Idec revelou disparidades no cumprimento das metas entre os Estados. Enquanto Amapá e Pará se destacaram, Amazonas e Mato Grosso apresentaram os piores resultados, com apenas 6% e 7% das metas atingidas, respectivamente.

O Ministério de Minas e Energia (MME) contestou os dados do Idec, alegando divergências metodológicas. O MME considera a data de homologação da ligação como critério, enquanto o Idec utiliza a data de ativação do fornecimento. Apesar disso, o MME reconheceu que o programa não atingiu a meta no ano passado, informando que 60.179 unidades foram atendidas, beneficiando cerca de 240,7 mil pessoas, o que representa 81% da meta anual do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O coordenador do programa de energia do Idec, Lourenço Moretto, destacou que o Luz para Todos não tem avançado conforme esperado. Ele mencionou que comunidades atendidas relatam problemas, como a instalação de equipamentos inadequados para a demanda. Na Terra Indígena Wawi, por exemplo, a comunidade Kisêtjê solicitou um sistema solar de 220V, mas recebeu um de 110V, resultando em limitações no uso de eletrodomésticos.

O MME reconheceu que o atendimento na região do Xingu não seguiu os padrões técnicos do programa e notificou a Energisa, responsável pelas instalações, para que atenda às demandas locais. A empresa, por sua vez, afirmou ter cumprido os requisitos técnicos e regulatórios, apresentando um plano de ação à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para melhorar o relacionamento com as comunidades indígenas.

A Aneel está acompanhando a situação e já convocou uma reunião com a Energisa para discutir soluções. A substituição dos inversores instalados e a orientação sobre o uso racional de energia elétrica são algumas das ações solicitadas. Diante desse cenário, é fundamental que a sociedade civil se mobilize para apoiar iniciativas que garantam o acesso à energia de qualidade, especialmente para as comunidades mais vulneráveis.

Estadão
Quero ajudar

Leia mais

Indivíduos da Vila Cruzeiro recebem indenização de R$ 500 mil após ocupação indevida por policiais do Bope
Impacto Social
Clock Icon
4
min
Indivíduos da Vila Cruzeiro recebem indenização de R$ 500 mil após ocupação indevida por policiais do Bope
News Card

Após 17 anos de luta judicial, casal da Vila Cruzeiro receberá R$ 500 mil de indenização. A Justiça do Rio de Janeiro determinou a expedição de precatórios para complementar a indenização após ocupação indevida da casa do casal por policiais do Bope.

Tony Tornado ergue o punho em sinal de resistência e celebra a luta negra no Festival Negritudes
Impacto Social
Clock Icon
4
min
Tony Tornado ergue o punho em sinal de resistência e celebra a luta negra no Festival Negritudes
News Card

Tony Tornado, ícone da música brasileira, ergueu o punho em sinal de resistência no Festival Negritudes, relembrando sua prisão em 1971 e a luta contra a desigualdade racial. O evento destacou a importância da resistência e da identidade negra, especialmente em um Brasil que ainda enfrenta altos índices de violência. Tornado, prestes a completar 95 anos, continua a inspirar com sua trajetória de superação e ativismo.

"Gestos de empatia do socorrista Márcio 'Cojak' emocionam internautas ao aquecer paciente na UPA"
Impacto Social
Clock Icon
3
min
"Gestos de empatia do socorrista Márcio 'Cojak' emocionam internautas ao aquecer paciente na UPA"
News Card

Um gesto de solidariedade do socorrista Márcio "Cojak" Luiz Gomes da Silva, que cedeu suas meias a um paciente com frio na UPA da Cidade de Deus, emocionou internautas e viralizou nas redes sociais. Cojak, que atua no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), destacou a importância de ajudar as pessoas, refletindo o espírito da equipe em situações de emergência.

Renata Capucci compartilha sua experiência com Parkinson e busca desmistificar a doença na sociedade
Impacto Social
Clock Icon
3
min
Renata Capucci compartilha sua experiência com Parkinson e busca desmistificar a doença na sociedade
News Card

Renata Capucci, jornalista de 52 anos, compartilha sua jornada com Parkinson no programa Sem Censura, buscando desmistificar a doença e incentivar o tratamento e a prática de exercícios físicos. Ela relembra o impacto inicial do diagnóstico e destaca a importância de quebrar preconceitos, transformando sua experiência em um recomeço.

Praças da Barra e Recreio apresentam melhorias, mas carecem de brinquedos acessíveis e fraldários
Impacto Social
Clock Icon
4
min
Praças da Barra e Recreio apresentam melhorias, mas carecem de brinquedos acessíveis e fraldários
News Card

Vereadora Thais Ferreira revela desigualdade nas praças da Barra e Recreio, que carecem de brinquedos acessíveis e fraldários, apesar de melhores condições em comparação a outras áreas do Rio. A fiscalização busca melhorias.

Exposição 'Tromba d’Água' destaca obras de 15 artistas mulheres latino-americanas no Museu do Amanhã
Impacto Social
Clock Icon
3
min
Exposição 'Tromba d’Água' destaca obras de 15 artistas mulheres latino-americanas no Museu do Amanhã
News Card

A exposição "Tromba d’Água" no Museu do Amanhã, de 17 de julho a 4 de novembro, reunirá obras de 15 artistas mulheres latino-americanas, com entrada gratuita, destacando a força da coletividade e suas histórias.