Mashco Piro, grupo indígena isolado, enfrenta crises alimentares e violência crescente na fronteira Peru-Brasil, exacerbadas pela falta de políticas binacionais e mudanças climáticas. A situação exige ação urgente.

Os Mashco Piro, um dos maiores grupos indígenas em isolamento voluntário, enfrentam uma grave crise na fronteira entre Peru e Brasil. Recentemente, a escassez de alimentos, agravada pela crise climática, e a falta de políticas binacionais têm levado a um aumento da violência e deslocamentos forçados para o Brasil. Relatos indicam que os Mashco Piro têm sido avistados com frequência no lado brasileiro, buscando escapar das ameaças de madeireiros e narcotraficantes.
A situação dos Mashco Piro é alarmante. Secas prolongadas e incêndios florestais têm reduzido a oferta de alimentos, isolando comunidades e desestabilizando seus ciclos migratórios tradicionais. A ausência de políticas eficazes entre os governos do Peru e do Brasil compromete não apenas a segurança dos Mashco Piro, mas também sua existência como sociedade autônoma. A falta de proteção territorial resulta em conflitos constantes nas selvas de Madre de Dios.
Desde a década de 1990, esforços para proteger os Mashco Piro têm sido realizados, mas os resultados são limitados. Embora o Peru tenha aprovado a proteção de 800 mil hectares, a exploração madeireira continua a ameaçar suas terras. Em 2024, uma investigação revelou 81 ocorrências envolvendo os Mashco Piro, incluindo casos de violência. A presença de madeireiros, tanto legais quanto ilegais, tem forçado os Mashco Piro a se aproximar de comunidades vizinhas, aumentando o risco de conflitos.
O coordenador da defesa dos povos isolados da Federação Nativa do Rio Madre de Dios e Afluentes (Fenamad), Isrrail Aquise, destacou que a violência alterou o comportamento das comunidades. Mulheres e crianças estão se afastando, enquanto homens e meninos se tornam mais visíveis, protegendo os membros mais vulneráveis. A crise climática também impacta os ciclos sazonais, forçando os Mashco Piro a se deslocarem em busca de recursos.
O governo peruano mantém postos de controle nas reservas indígenas, mas a falta de recursos compromete sua eficácia. A população dos Mashco Piro está crescendo, mas a presença do Estado na região continua insuficiente. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos concluiu que o Peru violou os direitos dos Mashco Piro, Yora e Amahuaca, e a situação permanece crítica, com a necessidade urgente de proteção e apoio.
Enquanto isso, a pressão sobre os territórios dos Mashco Piro aumenta, com a construção de estradas e a exploração madeireira ameaçando sua sobrevivência. A união de esforços entre a sociedade civil e organizações indígenas é fundamental para garantir a proteção desses povos. A mobilização pode fazer a diferença, ajudando a preservar a cultura e os direitos dos Mashco Piro em um momento tão delicado.

Victor Hermann lança "Zona Cinza", um livro que examina a desresponsabilização da classe média diante de catástrofes socioambientais, propondo a arte como resposta à crise. A obra reflete sobre a inércia e a necessidade de assumir responsabilidades em um mundo em risco.

O governo brasileiro, sob Luiz Inácio Lula da Silva, cria o Comitê Nacional de Enfrentamento ao Racismo Ambiental e Climático, visando proteger populações vulneráveis afetadas por desastres naturais. O comitê, com membros do governo e da sociedade civil, buscará articular políticas públicas e ações educativas, focando em grupos como negros, indígenas e quilombolas. A iniciativa visa consolidar esforços em justiça ambiental e enfrentar desigualdades sociais, promovendo a inclusão e a resiliência climática.

Quintais urbanos em São Paulo e Guarulhos se destacam como espaços de cura e sociabilidade, revelando saberes tradicionais e promovendo hortas comunitárias. Pesquisas mostram a importância desses ambientes na vida dos moradores.

A 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas em Brasília reuniu cinco mil participantes, que denunciaram a contaminação de rios e pediram proteção para suas culturas e ambientes. Líderes indígenas, como Pangroti Kayapó, destacaram os impactos do garimpo ilegal em suas terras.

Em agosto, a ONG Climate Reality Project promoverá um evento gratuito para formar lideranças climáticas, preparando para a COP-30 em novembro. Al Gore e especialistas discutirão soluções para comunidades vulneráveis.

Samyr Mariano, aos 22 anos, lidera o coletivo AMA, que mobiliza jovens em Paraty para a educação ambiental e fiscalização, barrando empreendimentos prejudiciais à biodiversidade e comunidades tradicionais.