Impacto Social

Método inovador permite que mulher com pés tortos congênitos ande com autonomia após décadas de limitações

Léia Moura Oliveira Rocha, de 54 anos, superou limitações de pés tortos congênitos após tratamento inovador no HBDF, recuperando a autonomia e sonhando com novas atividades. O método adaptado para adultos, desenvolvido pelo ortopedista Davi Haje, transforma vidas sem cirurgias complexas.

Atualizado em
April 30, 2025
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Divulgação/Iges-DF

Léia Moura Oliveira Rocha, de 54 anos, conseguiu voltar a andar com os dois pés no chão após iniciar um tratamento inovador no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Ela convivia com pés tortos congênitos desde o nascimento e, ao longo de sua vida, enfrentou diversas limitações físicas e sociais. O tratamento, adaptado para adultos pelo ortopedista Davi Haje, utiliza um método originalmente desenvolvido para bebês, permitindo a reabilitação sem a necessidade de cirurgias complexas.

O tratamento começou em 2024 e, em três meses, Léia participou de sessões semanais que incluíam a troca de gessos, corrigindo gradualmente a posição dos pés. “Nunca tinha conseguido colocar um tênis. Hoje posso andar com mais autonomia”, afirmou. A técnica utilizada é uma adaptação do método Ponseti, que envolve manipulação dos pés e imobilização em gessos, seguida de uma cirurgia minimamente invasiva para liberar o tendão de Aquiles.

Antes da adaptação do método, a única alternativa para adultos com essa condição era uma cirurgia extensa, que apresentava altos riscos e um longo tempo de recuperação. O ortopedista Davi Haje destacou que a nova abordagem conservadora tem mudado o cenário para muitos pacientes. Desde 2018, o ambulatório de Ortopedia Pediátrica e Pé Adulto do HBDF já tratou cerca de sessenta adultos com essa técnica, que é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os pacientes interessados em iniciar o tratamento devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), que fará o encaminhamento para o HBDF. Além disso, há casos atendidos por referência direta de outros profissionais da rede. A equipe do hospital conta com profissionais experientes, como o técnico em imobilizações Hermelino Ferreira Matinada, que atua na unidade há quase cinquenta anos. “Ver um paciente adulto pisar com os dois pés no chão pela primeira vez é muito gratificante”, afirmou.

Atualmente, Léia está na fase final de reabilitação e já planeja atividades que antes pareciam impossíveis. “Quero começar a caminhar mais. Meu filho me deu um tênis novo”, contou. Embora um dos pés ainda precise de reforço com fisioterapia, o ortopedista avalia a recuperação como positiva. O serviço do HBDF espera expandir o atendimento e aumentar a divulgação do método para alcançar mais pacientes que, como Léia, passaram a vida sem acesso a esse tipo de tratamento.

Iniciativas como essa merecem ser apoiadas pela sociedade civil, pois podem transformar a vida de muitas pessoas que enfrentam limitações semelhantes. A união em prol de causas como essa pode proporcionar a chance de reabilitação e inclusão para aqueles que, por muito tempo, viveram à margem de tratamentos adequados.

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