Pesquisadores do Barcelona Supercomputing Center e do Banco Central Europeu revelam que eventos climáticos extremos entre 2022 e 2024 causaram aumentos de até 300% nos preços de alimentos, impactando consumidores globalmente.

A mudança climática tem gerado impactos severos na agricultura global, refletindo em aumentos drásticos nos preços de alimentos. Pesquisadores do Barcelona Supercomputing Center e do Banco Central Europeu identificaram aumentos extremos, como 300% na alface australiana e 80% em vegetais nos Estados Unidos, atribuídos a eventos climáticos sem precedentes entre 2022 e 2024. A análise, publicada em uma revista científica, destaca que essas condições extremas devem se tornar cada vez mais comuns.
Os autores do estudo afirmam que “novos recordes de condições extremas continuarão a ser estabelecidos, além daqueles aos quais a produção agrícola e os sistemas econômicos estão atualmente adaptados”. As mudanças climáticas, que incluem temperaturas mais altas e chuvas intensas, têm reduzido a produtividade agrícola, encarecendo as colheitas e afetando diretamente o bolso dos consumidores.
Na Grã-Bretanha, por exemplo, as famílias enfrentaram um aumento de 361 libras esterlinas (cerca de R$ 2.400,00) nas contas de alimentos em 2022 e 2023. Nos Estados Unidos, a seca na Califórnia e a passagem do furacão Ian pela Flórida contribuíram para o aumento de mais de 80% nos preços das verduras. A escassez de água e as condições climáticas adversas têm gerado perdas significativas na produção agrícola.
Na Ásia, uma onda de calor atingiu temperaturas de até 46°C, elevando os preços dos vegetais na China em mais de 40%. Na Coreia do Sul, o preço do repolho aumentou quase 70%, impactando a produção de kimchi, um alimento básico local. As inundações extremas na Austrália também resultaram em aumentos exorbitantes nos preços da alface, levando a uma escassez que afetou até redes de fast food.
Os pesquisadores destacam que eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes e intensos, com o fenômeno El Niño contribuindo para essas condições. Embora os preços altos possam incentivar a produção e, assim, levar a uma eventual queda nos preços, produtos como café e gado permanecem vulneráveis devido a requisitos específicos de cultivo e criação.
O estudo sugere que políticas públicas são necessárias para ajudar os consumidores a lidar com o aumento dos preços dos alimentos. A redução das emissões de gases de efeito estufa é fundamental para mitigar os riscos de inflação alimentar. Nessa situação, a união da sociedade pode ser crucial para apoiar iniciativas que visem a adaptação e a resiliência das comunidades afetadas por essas mudanças climáticas.

Ibama monitora baleia-franca e filhote em Palhoça (SC) após mãe ser vista com rede de pesca na cabeça, sem comprometer comportamento natural. A equipe técnica garante acompanhamento contínuo e orienta a comunidade local.

A COP30, marcada para 10 de novembro em Belém (PA), enfrenta atrasos na entrega das novas metas climáticas, com apenas 25 países apresentando suas NDCs até julho. A falta de consenso sobre financiamento e transição energética gera preocupações.

ICMBio e Funai firmaram acordo permitindo a presença da comunidade Guarani Mbya na Reserva Biológica Bom Jesus, gerando protestos de 68 entidades e 48 personalidades contra a flexibilização de proteções ambientais.

A mobilização contra o projeto de lei 2.159/2021, que altera o licenciamento ambiental, ganhou força com a hashtag #PLdaDevastação, impulsionada por artistas e ativistas. Com mais de 294 mil menções, a hashtag se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, refletindo a preocupação de cientistas e ambientalistas sobre os impactos negativos da proposta. Celebridades como Anitta e Débora Bloch estão engajadas em adiar a votação, que pode agravar a degradação ambiental e afetar acordos internacionais do Brasil.

O governo brasileiro lançou a consulta pública do novo Plano Clima, que visa cortar emissões até 2035, mas prevê aumento de até 44% nas emissões do setor de energia, priorizando combustíveis fósseis.

Em 2024, o Rio de Janeiro recebeu 82,6% da renda do petróleo, enquanto apenas 0,5% foi destinado a questões ambientais. A regulamentação do Fundo Social é urgente para combater desigualdades e mudanças climáticas.