Estudo da Unesp alerta que mudanças climáticas podem reduzir áreas adequadas para cultivo da erva-mate de 12,25% para apenas 2,2% até o final do século, impactando a produção e o custo.

A erva-mate, um dos principais símbolos alimentares do Cone Sul, é cultivada principalmente no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O Brasil se destaca como o maior produtor mundial, com quase setecentas e cinquenta mil toneladas em 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) alerta que as mudanças climáticas podem reduzir drasticamente as áreas adequadas para o cultivo da planta, passando de doze vírgula vinte e cinco por cento para apenas dois vírgula dois por cento até o final do século.
O estudo, liderado pelo especialista em agrometeorologia Glauco de Souza Rolim, envolveu pesquisadores de outras instituições e analisou o zoneamento climático da erva-mate (Ilex paraguariensis). Os resultados indicam que, no pior cenário climático previsto pelo último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a área cultivável nos quatro principais países produtores será drasticamente reduzida. Essa situação não afeta apenas a erva-mate, mas também outras culturas, como o café, que pode perder mais de cinquenta por cento de suas áreas adequadas até dois mil e oitenta.
O zoneamento climático é uma ferramenta importante na agricultura, ajudando a identificar regiões e períodos favoráveis para o plantio. Para a erva-mate, as condições climáticas ideais incluem temperaturas médias anuais entre quinze e vinte e dois graus Celsius e precipitação superior a mil e duzentos milímetros. A planta é sensível a geadas e altas temperaturas, que podem comprometer sua produtividade. O estudo utilizou dados climáticos e projeções do modelo CMIP6, que fornece estimativas para diferentes cenários de mudanças climáticas.
Atualmente, apenas doze vírgula dois por cento da área total dos quatro países é propícia para o cultivo da erva-mate, correspondendo a aproximadamente um milhão e quinhentos mil quilômetros quadrados. A região Sul do Brasil é a mais favorável, com noventa e seis vírgula sete por cento de sua área adequada. Contudo, as projeções indicam uma queda gradual, com a área apta reduzindo para oito vírgula oito por cento até dois mil e quarenta e, chegando a apenas dois vírgula dois por cento até o final do século.
Além da redução das áreas cultiváveis, a adaptação dos produtores às novas condições climáticas pode aumentar os custos de produção. Rolim sugere que os agricultores podem precisar investir em irrigação e aumentar a densidade do plantio, o que também demandaria mais recursos hídricos. Apesar de a erva-mate ser uma planta perene, capaz de resistir a condições adversas, as altas temperaturas podem impactar sua produção.
O estudo revela que, ao contrário do que se observa em outras culturas, as áreas favoráveis para a erva-mate não estão migrando para novas regiões, mas sim diminuindo. Diante desse cenário, é essencial que haja um investimento em pesquisas específicas para cada região e cultura, além de uma mobilização da sociedade para apoiar iniciativas que ajudem os produtores a se adaptarem. A união em torno de projetos que visem a preservação e adaptação da agricultura pode ser fundamental para garantir a continuidade do cultivo da erva-mate e a subsistência de muitas comunidades.

Dr. Carlos Nobre introduziu o termo "Trumping Point", referindo-se ao impacto sociopolítico das decisões de Donald Trump na luta contra as mudanças climáticas, destacando a urgência da COP30 no Brasil.

O Índice de Vulnerabilidade a Chuvas Extremas (IVCE), criado pela UFF, utiliza inteligência artificial para prever chuvas intensas e identificar áreas de risco no Rio de Janeiro, afetando 599 mil domicílios. A ferramenta visa auxiliar a administração pública na proteção de cidadãos e no planejamento de intervenções, destacando desigualdades regionais nos impactos das chuvas.

Estudo da Unicamp revela agrotóxicos na água da chuva em Campinas, Brotas e São Paulo. A pesquisa alerta para riscos no uso dessa água, destacando a presença de atrazina, herbicida proibido.

A Hydro, produtora de alumínio norueguesa, abandonará o uso de barragens de rejeitos no Brasil, implementando um novo modelo que seca resíduos em reservatórios horizontais e promove reflorestamento nas áreas mineradas.

A floresta do Parque Nacional da Tijuca, vista como natureza intocada, é na verdade resultado de reflorestamento e marcas de atividades humanas, revelando uma rica história cultural. O estudo destaca a interação entre humanos e natureza, evidenciada por vestígios de trilhas, carvoarias e espécies exóticas que moldaram a paisagem.

Ibama realiza a Operação TRPP Nacional 2025, apreendendo 62 veículos e aplicando R$ 1,2 milhão em multas após 11 dias de fiscalização do transporte de produtos perigosos. Ação envolveu 133 agentes e 192 parceiros.