Meio Ambiente

Mudanças climáticas e desmatamento ameaçam plantas comestíveis na Amazônia, mas 21 espécies se destacam

Estudo revela que mudanças climáticas e desmatamento na Amazônia ameaçam plantas comestíveis, mas 21 espécies resilientes podem ser chave para adaptação e restauração ambiental. A pesquisa destaca a importância de diversificação alimentar e valorização do conhecimento tradicional.

Atualizado em
August 20, 2025
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Caju tem potencial para ser plantado em uma escala maior e enfrentar efeitos do desmatamento — Foto: Gabriel de Paiva/ Agência O Globo

Um estudo recente publicado na revista Biological Conservation revela que as mudanças climáticas e o desmatamento na Amazônia podem reduzir significativamente a disponibilidade de plantas comestíveis. A pesquisa analisou 228 espécies e constatou que a maioria delas tende a perder espaço até dois mil e cinquenta. No entanto, 21 espécies demonstraram resiliência e podem ser fundamentais para a adaptação às novas condições ambientais.

A bióloga Tereza Giannini, pesquisadora do Instituto Tecnológico Vale e uma das autoras do estudo, destaca que essas espécies podem ser utilizadas de diversas maneiras. Exemplos como a pitomba e o caju possuem potencial para serem escalados e se tornarem alternativas mais resistentes. Outras espécies podem ser empregadas em projetos de restauração de áreas degradadas ou em programas de arborização urbana.

Giannini afirma que priorizar essas plantas é essencial para aumentar a diversificação das fontes alimentares, o que é crucial para a adaptação humana diante das mudanças climáticas. O estudo também aponta que municípios com menor área de floresta são mais vulneráveis à perda de espécies alimentícias, sugerindo a restauração com plantas nativas e o uso de agroflorestas, que conciliam produção e conservação.

Além disso, a pesquisa alerta que a diminuição dessas espécies pode desvalorizar as florestas, enfatizando a importância da educação ambiental e da valorização do conhecimento tradicional. O trabalho se alinha às ideias sustentáveis promovidas pela 31ª edição do Prêmio Jovem Cientista, que tem como tema “Resposta às Mudanças Climáticas: Ciência, Tecnologia e Inovação como Aliadas”.

O prêmio, que já teve as inscrições encerradas, é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, contando com o patrocínio da Shell e apoio da Editora Globo e do Canal Futura. As premiações incluem laptops, bolsas do CNPq e valores que variam de R$ 12 mil a R$ 40 mil, distribuídos em cinco categorias.

Iniciativas como essa devem ser incentivadas pela sociedade civil, pois podem contribuir para a preservação da biodiversidade e a segurança alimentar. A união em torno de projetos que promovam a restauração ambiental e a valorização das plantas nativas é essencial para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

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