Socioambiental

Música eletrônica se une à natureza em nova gravadora que destina parte da receita à conservação ambiental

Artistas e ambientalistas promovem a valorização da natureza como colaboradora na música, com iniciativas como Future Sound of Nature e Sounds Right, que destinam parte dos lucros para conservação.

Atualizado em
July 25, 2025
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Foto de Olivier Graziano na Unsplash

A relação entre música e natureza tem ganhado destaque com iniciativas que buscam reconhecer a natureza como colaboradora na arte. Recentemente, surgiram projetos como a Future Sound of Nature e Sounds Right, que destinam parte de seus lucros para a conservação ambiental. Essas iniciativas visam garantir que a natureza receba crédito e compensação por seus sons, que são frequentemente sampleados em diversas composições musicais.

A Future Sound of Nature, lançada em maio, é uma plataforma criada por Eli Goldstein e Lola Villa, artistas eletrônicos que se uniram por meio do grupo DJs for Climate Action. A proposta é misturar a música eletrônica com os ritmos da Terra, destinando 20% da receita dos lançamentos a projetos de conservação. O primeiro EP da gravadora, intitulado “Amazonía”, é baseado em gravações de campo feitas por Villa na Amazônia, com parte dos lucros revertidos para o povo indígena Bora.

Goldstein e Villa enfatizam a importância de criar uma conexão mais profunda entre a música e as comunidades onde os sons foram gravados. Villa, ao tocar “Amazonía” ao vivo, compartilha informações sobre as espécies e habitats, destacando a urgência da conservação. A iniciativa Sounds Right, lançada no Dia da Terra, também busca valorizar a natureza como artista, incluindo sons naturais em suas produções e arrecadando fundos para projetos de conservação.

Com quase dois milhões de ouvintes mensais, a página da artista Nature no Spotify apresenta EPs de sons naturais e colaborações com artistas renomados. O cantor Hozier, por exemplo, lançou uma nova versão de sua música incorporando sons da natureza, ressaltando a conexão entre a música e a experiência auditiva. A gerente do programa Sounds Right, Iminza Mbwaya, destaca a importância de reconhecer a inspiração que a natureza oferece aos músicos.

Além disso, a Sounds Right exige que pelo menos 50% dos direitos autorais das faixas que incluem sons da natureza sejam destinados a projetos de conservação. No primeiro ano, a iniciativa arrecadou US$ 225 mil, com doações direcionadas a áreas prioritárias de biodiversidade. O foco para o segundo ano inclui a Bacia Amazônica e a Bacia do Congo, regiões ameaçadas que necessitam de atenção urgente.

Essas iniciativas refletem um movimento maior que busca estender os direitos legais à natureza, promovendo sua proteção. A Future Sound of Nature e a Sounds Right representam um passo importante para integrar a arte e a conservação ambiental. Projetos como esses devem ser estimulados pela sociedade civil, pois a união pode fazer a diferença na proteção dos nossos ecossistemas e na valorização da natureza como parte essencial da cultura.

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