Meio Ambiente

Navegação brasileira enfrenta desafio de descarbonização com hidrogênio e energias limpas até 2050

A pesquisa do Ideia Instituto de Pesquisa revela que a sociedade brasileira vê o hidrogênio de baixa emissão como solução para a mobilidade, com 26% acreditando que o Brasil pode ser referência global. A descarbonização da navegação é urgente e necessária.

Atualizado em
July 15, 2025
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"Se o Brasil quiser, de fato, ser protagonista no mercado global de hidrogênio, o momento de acelerar é agora"

A navegação marítima ainda é uma das áreas que mais depende de combustíveis fósseis, enquanto outros setores, como o transporte terrestre, avançam com a adoção de veículos elétricos. No entanto, a Organização Marítima Internacional (IMO) e grandes armadores já se comprometeram a zerar as emissões líquidas do setor até 2050, aumentando a pressão sobre portos e cadeias logísticas. No Brasil, a insistência em motores poluentes representa uma perda de vantagem competitiva, tornando a descarbonização uma exigência de mercado e de sobrevivência climática.

Uma pesquisa do Ideia Instituto de Pesquisa, apresentada no Brazil Forum UK, revela que a sociedade brasileira começa a ver o hidrogênio de baixa emissão como uma solução viável para a mobilidade, incluindo o transporte fluvial e marítimo. Dos 1.502 entrevistados, 26% acreditam que o Brasil pode se tornar uma referência mundial nesse setor. Além disso, 33% afirmaram que o país tem potencial, mas carece de investimentos.

O levantamento também mostrou que 37% dos participantes já ouviram falar sobre veículos movidos a hidrogênio, indicando que o tema está ganhando espaço no debate público. Na Amazônia, 35% dos entrevistados acreditam que o transporte fluvial deveria ser movido a hidrogênio de baixa emissão, refletindo um otimismo em relação às inovações energéticas.

Iniciativas como o projeto JAQ Hidrogênio, que será apresentado na COP30, buscam demonstrar o potencial do hidrogênio no transporte fluvial. Além do hidrogênio, o etanol e o biodiesel também estão sendo testados em motores marítimos, enquanto a amônia e o metanol surgem como alternativas para o transporte marítimo de longo curso.

Apesar do interesse crescente, os desafios permanecem. A falta de incentivos e políticas públicas é citada por 38% dos entrevistados como o principal obstáculo, enquanto 28% mencionam o custo elevado do hidrogênio de baixa emissão. O Brasil está começando a estruturar sua abordagem com o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), que visa desenvolver a cadeia produtiva do hidrogênio em setores estratégicos.

Com uma matriz elétrica predominantemente renovável, o Brasil tem a oportunidade de se integrar à rota global de descarbonização. No entanto, isso requer um esforço conjunto entre políticas públicas, investimentos privados e uma sociedade informada. A disposição da população, evidenciada na pesquisa, é um sinal positivo. Projetos que visam a transição energética e a inovação no transporte aquaviário devem ser estimulados pela sociedade civil, pois a união pode fazer a diferença na construção de um futuro mais sustentável.

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