Meio Ambiente

Negociadores da COP30 alertam sobre preços abusivos de hospedagem em Belém e ameaçam transferir evento

Negociadores da COP30 criticam a falta de acomodações adequadas em Belém, sugerindo que o evento seja transferido se os preços abusivos não forem resolvidos. A legitimidade da conferência está em risco.

Atualizado em
August 6, 2025
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Lucas Neopmann

Um grupo de 25 negociadores da Conferência das Partes (COP30), que ocorrerá de 6 a 21 de novembro em Belém, enviou uma carta sugerindo que o evento seja transferido para outro local caso os problemas de hospedagem não sejam resolvidos. As queixas sobre os altos preços e a falta de acomodações adequadas têm gerado preocupações sobre a legitimidade da conferência, que é considerada crucial para o debate sobre mudanças climáticas.

Os países signatários da carta, incluindo nações africanas e desenvolvidas como Áustria e Suécia, expressaram insatisfação com as condições de hospedagem. Os preços exorbitantes, que chegam a R$ 6 mil por diária, têm dificultado a participação de delegações, especialmente de países em desenvolvimento. A situação foi amplamente divulgada, gerando críticas à organização do evento e à capacidade de Belém de receber uma conferência dessa magnitude.

O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, reconheceu que os preços abusivos dos hotéis podem comprometer a presença de todos os países, o que é essencial para a legitimidade das decisões a serem tomadas. Ele destacou que a situação em Belém é inédita, com acomodações custando até 50 vezes mais do que o normal, o que gera revolta entre os negociadores.

As autoridades de Belém afirmam que a cidade possui mais de 53 mil leitos disponíveis, suficientes para atender a demanda esperada de cerca de 50 mil pessoas. No entanto, a realidade dos preços e a qualidade das acomodações ainda são motivo de preocupação. O governo local está buscando alternativas, como a mobilização de navios de cruzeiro e a utilização de imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida para acomodar os participantes.

Além disso, a COP30 ocorre em um contexto de crise climática global, com o ano de 2024 sendo o mais quente já registrado. A conferência é vista como uma oportunidade para o Brasil restaurar a confiança nas negociações climáticas, especialmente após a COP29, que resultou em um acordo insatisfatório. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enfatizou a importância de transformar a COP30 na "COP da implementação", focando em ações concretas.

Com a crescente pressão para resolver os problemas de hospedagem, a sociedade civil e os cidadãos têm um papel fundamental a desempenhar. A união em torno de iniciativas que busquem soluções para garantir a participação de todos pode fazer a diferença, promovendo um ambiente mais inclusivo e representativo na COP30.

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