Meio Ambiente

Redução de 70% nas queimadas no Brasil traz esperança, mas desafios ainda persistem em 2025

Redução de 70% nas queimadas no Brasil, mas Cerrado registra aumento de 12%. O governo implementa medidas de combate a incêndios após crise ambiental em 2024.

Atualizado em
April 22, 2025
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Incêndio próximo à Rodovia Transamazônica — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo/10-09-2024

O Brasil registrou uma redução de setenta por cento na área queimada no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição, verificada por imagens de satélite do Monitor do Fogo, do MapBiomas, deve ser analisada com cautela. O aumento das chuvas nos primeiros meses do ano, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, pode ter contribuído para essa queda. Contudo, o número de queimadas ainda é superior ao de anos anteriores, exceto por 2019 e 2020.

Entre janeiro e março de 2025, foram queimados novecentos e treze mil hectares, quase dois milhões a menos que os três milhões consumidos pelo fogo no mesmo período de 2024. A Amazônia foi a mais afetada, com setecentos e setenta e quatro mil hectares devastados, representando oitenta e quatro por cento do total. Apesar da queda de setenta e dois por cento em relação ao ano anterior, Roraima foi responsável por mais da metade da destruição, com quatrocentos e quinze mil hectares.

Os estados do Pará e Maranhão também contribuíram significativamente para a devastação, com duzentos e oito mil e cento e vinte e três mil hectares queimados, respectivamente. Juntos, esses três estados somam oitenta e um por cento da área queimada. Em contrapartida, o Pantanal apresentou uma redução de oitenta e seis por cento na superfície devastada, um alívio para uma região que tem enfrentado incêndios severos nos últimos anos.

O Cerrado, no entanto, continua a ser uma preocupação, com um aumento de doze por cento nas queimadas em relação ao primeiro trimestre de 2024, totalizando noventa e um mil hectares. Essa região é uma das principais fronteiras agrícolas do Brasil e tem desafiado as promessas de redução das queimadas. Para enfrentar essa situação, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assinou uma portaria que estabelece estado de emergência ambiental em áreas vulneráveis a incêndios.

Essa medida permitirá que o governo federal, estados e municípios contratem brigadistas e implementem ações preventivas, com o objetivo de aumentar em vinte e cinco por cento o pessoal de combate ao fogo. Embora as ações sejam positivas, elas foram anunciadas apenas após a crise de 2024, quando diversas regiões foram devastadas pelas chamas. A fumaça das queimadas em Brasília evidenciou a gravidade da situação, levando o governo a agir.

A redução do desmatamento e o combate às queimadas foram promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar dos avanços, a situação ainda é crítica, como demonstram os incêndios em 2024. O governo deve fortalecer as ações de combate ao fogo e investir em treinamento e fiscalização. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem a preservação ambiental e a recuperação das áreas afetadas.

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