Cidadania

Vitor Fadul compartilha sua jornada de autodescoberta após diagnóstico de autismo aos 25 anos

Vitor Fadul, cantor autista, compartilha sua jornada de autoconhecimento e conscientização sobre o TEA. Ele destaca a importância do diagnóstico e o apoio do marido, Leandro Karnal, na sua vida e carreira.

Atualizado em
April 23, 2025
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Cantor e compositor, Vitor Fadul, diagnosticado com autismo aos 25 anos, compartilha sua experiência de autoconhecimento e a importância do diagnóstico em sua vida e carreira. Em entrevista, ele detalha como a descoberta do transtorno do espectro autista (TEA) impactou sua trajetória e como utiliza sua visibilidade para promover a conscientização sobre o tema.

Desde a infância, Vitor sentia que era diferente, mas hesitava em buscar respostas. Ele relata: “Tentei me encaixar e agir como ‘normal’, mas sempre me senti o ‘estranho no ninho’.” A mudança ocorreu aos 24 anos, quando leu um livro sobre personalidades neurodivergentes e começou a investigar suas características. Após testes, recebeu o diagnóstico em 2021, o que trouxe clareza sobre sua vida.

O diagnóstico de autismo nível 1 foi um divisor de águas. Vitor afirma que, ao ouvir a confirmação do médico, “tudo começou a fazer sentido”. Ele percebeu que sempre teve uma forma particular de funcionar, mesmo sem saber que era autista. O apoio de seu marido, o historiador Leandro Karnal, foi fundamental nesse processo. Leandro se dedicou a entender o TEA e esteve presente nas consultas, fortalecendo ainda mais o relacionamento do casal.

Vitor destaca que o diagnóstico não apenas o aliviou, mas também o uniu a Leandro. “Quando o resultado veio, nós dois choramos abraçados de alívio. O amor dele por mim não mudou.” Ele agora se sente livre para ser autêntico, sem medo de julgamentos, e reconhece que suas particularidades são compreendidas por Leandro, criando um laço mais forte entre eles.

Apesar do alívio, Vitor enfrenta desafios diários. Ele menciona a dificuldade em lidar com mudanças inesperadas e a necessidade de rotina. “Mudanças podem me desestabilizar. Meu cérebro é programado de forma diferente”, explica. Para contornar essas dificuldades, ele organiza sua rotina e comunica suas preferências a pessoas próximas, permitindo-se tirar pausas quando necessário.

A música é uma parte central da vida de Vitor, influenciada por sua percepção única do mundo. Em 2023, ele lançou o álbum “Panapaná”, que reflete sua jornada de autoconhecimento. Vitor acredita que sua criatividade e autismo andam juntos, e ele se orgulha de fazer parte do espectro autista. “Nossas mentes diversas tornam o mundo mais rico”, conclui. A união em torno de causas como essa pode transformar realidades e apoiar aqueles que buscam se entender melhor.

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