O Brasil enfrenta a pior seca em 45 anos, com chuvas reduzidas a 850 mm, impactando a energia e a agricultura. O iCS lançará o Hub de Economia & Clima para promover pesquisas sobre essas interações.
O Brasil enfrenta uma severa crise hídrica, com o volume de chuvas caindo para 850 milímetros nos últimos doze meses, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Este é o menor índice registrado em 45 anos, muito abaixo da média de aproximadamente 1.400 milímetros entre 1980 e 2010. A situação não é exclusiva do Brasil; um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela que, desde 2015, entre 25% e 30% da superfície terrestre global foi afetada por secas, quase o dobro dos 15% observados nas décadas anteriores.
O Brasil se destaca como um dos países mais impactados por secas nas últimas duas décadas, tanto em frequência quanto em intensidade. A dependência do país em relação aos serviços ecossistêmicos das chuvas torna a economia brasileira extremamente vulnerável. Aproximadamente 55% da eletricidade do Brasil é gerada por hidrelétricas, um percentual que, embora tenha diminuído em relação a 90% há 25 anos, ainda é muito superior à média global de 14%.
O agronegócio representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e a irrigação ainda é utilizada em uma proporção relativamente baixa das lavouras. Apesar de a economia ter se adaptado a essa nova realidade, a escassez de chuvas pode levar a racionamentos de energia, como ocorreu em anos anteriores. A geração de energia renovável, especialmente a fotovoltaica e eólica, já representa mais de 20% da matriz elétrica, impulsionada por políticas públicas e pela redução dos custos de produção.
Entretanto, a vulnerabilidade do Brasil à seca continua a exigir medidas de adaptação, como a implementação de sistemas de armazenamento de energia e o incentivo à irrigação nas lavouras. Além disso, ações de mitigação são essenciais para reverter a estiagem crônica. A restauração da cobertura vegetal na Amazônia e no cerrado é uma das principais estratégias, que também pode contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
O Instituto Clima e Sociedade (iCS) lançará, no próximo dia 8, o Hub de Economia & Clima, uma iniciativa que visa promover pesquisas sobre as interações entre economia e mudanças climáticas. Essa ação é fundamental para dar a devida importância às relações entre meio ambiente, clima e políticas públicas no Brasil, especialmente em um momento em que os efeitos das mudanças climáticas são frequentemente subestimados.
É crucial que a sociedade civil se mobilize para apoiar iniciativas que visem mitigar os impactos da crise hídrica e promover a sustentabilidade. Projetos que buscam restaurar ecossistemas e aumentar a resiliência das comunidades podem ser fundamentais para enfrentar essa realidade. A união em torno de causas ambientais pode fazer a diferença na construção de um futuro mais sustentável para todos.
Maricultores de Angra dos Reis, RJ, enfrentam a recuperação da produção de vieiras após severa mortandade desde 2018, com um milhão de pré-sementes distribuídas em 2024 e diversificação para ostras e mexilhões.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu a suspensão das obras da empresa Urbia no Parque Nacional de Jericoacoara, alegando danos ambientais e falta de licenciamento. A expectativa é que o tribunal acolha a solicitação.
O Ibama promoveu um workshop sobre geotecnologias para recuperação ambiental, reunindo especialistas e resultando na criação de um instrumento normativo para uso de drones. A iniciativa visa aprimorar a governança e eficácia nas ações de recuperação.
A Defesa Civil Nacional iniciou uma missão técnica para implementar o Plano Nacional de Enfrentamento à Estiagem na Amazônia Legal e Pantanal, promovendo oficinas em dez estados afetados pela seca. A ação visa alinhar esforços entre órgãos federais e locais, abordando a intensa estiagem que causa escassez hídrica e incêndios florestais.
A migração das baleias jubarte para o litoral do Rio de Janeiro gera preocupações após a descoberta de uma jubarte morta, evidenciando a falta de fiscalização nas regras de convivência. Ambientalistas alertam para o estresse causado por barcos que cercam os animais, enquanto a recuperação da espécie desde os anos 80 aumenta os avistamentos. A diminuição do krill na Antártida pode estar alterando o comportamento das jubartes, que buscam alimento mais próximo da costa.
Operação "Gelo Podre" investiga fornecimento de gelo contaminado em quiosques da Barra da Tijuca e Recreio. Fábrica na Cidade de Deus foi interditada por uso de água poluída, e um responsável foi detido.